sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Projeto Griot resgata importância do negro na sociedade brasileira

Quem chega à biblioteca do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho [IEPIC], em Niterói, encontra uma cena incomum: alunos estudando sobre o resgate da contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à história do Brasil.

A atividade é fruto da persistência de Perses Maria Canellas da Cunha, fundadora do Espaço de Leitura Griot: ouvindo, contando e recontando histórias.

O projeto, que teve início em 2004, é baseado na oralidade e na contação de histórias africanas para tratar de temas como racismo, mitologia africana, religiosidade, diáspora, África antes da colonização, personalidades negras na história, quilombos.


O Espaço de Leitura Griot foi idealizado a partir da disciplina Projetos, no IEPIC, com o intuito de por em prática a implementação da lei 10.639/03 , dando ênfase aos conteúdos: História da África e dos negros na sociedade brasileira.


Graduada em Geografia, especialista em Raça, Etnia e Eduacação no Brasil e mestre em Educação e Questões Raciais, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Perses conta que o projeto teve início "com uma enorme faxina para reativar a biblioteca da escola, fechada há três anos. O local foi todo modificado para abrigar o Espaço Griot que, em francês, significa contador de histórias. Na África, são chamados de Dieles - sangue, força vital".

E parece que o resultado das atividades realizadas ali é uma mistura desses significados: "alunos que debatem sobre seu cotidiano, conhecem um pouco mais sobre nossas origens africanas, aprendem a contar sua história de vida e a resgatar sua autoestima, ou seja, estudantes que se tornam sujeitos de sua própria história".

"O projeto se dispõe a desenvolver com os alunos a identificação destas contribuições a partir da prática da oralidade até chegar à escrita. O canto a poesia, o conto, o mito, as lendas, as narrativas o teatro, podem neste projeto, se configurar como ações pedagógicas que fortaleçam e incentivem a oralidade e a escrita. "Aqui o aluno ouve histórias africanas, conta as suas próprias histórias e reelabora tantas outras. Fazendo com que a leitura e a escrita comecem a fazer parte de seu cotidiano e de sua formação", conclui a Profa. Perses.

Visite o blog  do Espaço Griot 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Aids na África do Sul é uma questão de gênero

"A África do Sul não está livre do apartheid"

Nontombi Naomi Tutu
Em entrevista à revista IstoÉ, Nontombi Tutu, filha do vencedor do Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, afirma que no país africano as mulheres são infectadas pelos parceiros e desenvolvem a doença mais cedo que os homens.

Segundo Nontombi, o poder econômico continua com os brancos e os negros ainda vivem segregados. Nontombi Naomi Tutu, 50 anos, fala de maneira eloquente sobre a própria história e sobre a sólida experiência como ativista de direitos humanos. Terceira filha do arcebispo anglicano Desmond Tutu - ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1984 pela luta contra o apartheid -, Nontombi lecionou em universidades como a de Cidade do Cabo, na África do Sul, e de Hartford e Connecticut, nos Estados Unidos. Atualmente, é consultora de ONGs internacionais que combatem a violência contra a mulher e dão suporte para famílias devastadas por doenças como aids e câncer em países africanos. Mãe de dois filhos, Nontombi vive atualmente em Nashville, capital do Estado americano de Tennessee. "O fim do apartheid não trouxe benefícios econômicos para a maior parte da população negra", disse à reportagem de IstoÉ. "Quem viveu sob o regime do apartheid sabe que, apesar de a Constituição sul-africana pregar que todos são iguais, as coisas ainda não são bem assim."
 Confira os principais trechos da entrevista.

FONTE: Agência de Notícias da Aids

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Novo Programa de Educação do Estado do Rio

Secretário anuncia Programa de Educação do Estado do Rio


Baixe aqui o novo Programa.

Cidadão do Mundo – o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo – 1933-1948

Por Kelly de Souza

Entre 1933 e 1948, o governo brasileiro emitiu dezenas de circulares secretas que visavam dificultar, ou até mesmo impedir, a entrada de judeus que fugiam do nazismo e do fascismo que dominavam a Europa. A ideia de que o Brasil não é racista pode ser confrontada agora por meio do livro Cidadão do Mundo – o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo – 1933-1948. (Clique no link para comprar.)

A obra, originada da tese da professora Maria Luiza Tucci Carneiro, apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH) da USP, analisa a trajetória do judeu que começa a ser perseguido na Europa, a partir de 1933 com a ascensão do nazismo na Alemanha. Com a perseguição nazista, esse ‘cidadão no mundo’ foge de seu país de origem e busca rotas de fuga – incluindo o Brasil.
Segundo a professora, a partir da documentação analisada, é possível perceber que os discursos de grande parte dos diplomatas e de um grupo de intelectuais católicos reproduziam as teorias de exclusão nazistas. “Mas aqui vai encontrar receptividade apenas dentro da comunidade judaica. A posição oficial do governo brasileiro é a de descaso para esse ‘cidadão do mundo’, ou mesmo de omissão em algumas situações bastantes críticas. As circulares secretas mostram que a orientação dada aos diplomatas brasileiros era de dificultar ou negar a emissão de vistos para os refugiados judeus”, conta a professora à Agência USP. Uma minoria de diplomatas se mostrou sensibilizada com a situação vivenciada pelos judeus refugiados e raros foram os que se ofereceram para ajudar. O governo brasileiro via esse ‘cidadão do mundo’ como perigoso para compor a ‘raça brasileira’ e também para a segurança nacional.
Mesmo no pós-guerra, a emissão de circulares secretas continuou. Um dos pontos importantes revelados pelo livro é que a partir de abril de 1944, o Comitê Internacional para Refugiados Políticos apelou, por meio de dezenas de cartas, para dezenas de países, pedindo auxílio para salvar cerca de 10 mil crianças judias órfãs, retirando-as da França e Hungria ocupadas. Segundo a professora, um conjunto de documentos pesquisados junto ao Itamaraty revela a morosidade e a insensibilidade do governo brasileiro em assumir qualquer tipo de responsabilidade sobre a situação que exigia rápidas ações humanitárias. “O governo de Vargas impõs uma série de condições para aceitar cerca de 500 crianças. Exigia, dentre outras condições, que elas fossem educadas por pais católicos, de forma a anular sua identidade judaica; não poderiam ter contato com a família de origem; e não deveriam ter mais de 10 anos de idade. Quando o governo brasileiro decidiu oficialmente aceitar as crianças, em junho de 1945 – portanto em pleno governo Dutra – , elas já haviam sido resgatadas graças à ajuda dos Estados Unidos e Grã-Bretanha”, conta.
Maria Luiza diz que apesar dessa postura antissemita e da repressão policial, foi possível identificar movimentos de resistência ao nazismo, que atuaram nos subterrâneos do governo Vargas e que lutaram em prol da Alemanha, França e da Áustria livres, conforme atestam os documentos pesquisados junto ao Fundo Deops/SP, sob a guarda do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Por meio desta pesquisa, Maria Luiza demonstra também que muitos desses judeus tinham posturas políticas liberais e que, entre 1940-1945, fortaleceram no Brasil os movimentos antifascistas.

(As informações são da Agência USP, por Valéria Dias. A foto que abre o texto mostra refugiados judeus no porto de Lisboa, em 1940. A imagem é de Roger Kahan.)

FONTE: Blog da Cultura

domingo, 9 de janeiro de 2011

Homofobia é crime

A cada dois dias, pelo menos um homossexual é assassinado no Brasil. Segundo os últimos dados do Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais, publicado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e divulgado neste ano, foram registradas 387 mortes em todo o território brasileiro em 2009 e 2008 – média aproximada de um crime a cada 48 horas –, o que representa um crescimento de 54% em relação ao biênio 2006-2007. O levantamento, que coloca o país entre os campeões de violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT), também expõe uma ferida na sociedade brasileira: muitos pais e educadores não estão preparados para respeitar e lidar com a diversidade sexual.
A entidade, a mais antiga de defesa dos direitos dos homossexuais no Brasil, fundada em 1980, faz a pesquisa com base em notícias divulgadas pela imprensa nacional, pois não existe um órgão oficial que realize esse estudo. Em 2010, às estatísticas do GGB serão incorporados os casos mais recentes envolvendo um estudante de 19 anos do Rio de Janeiro, baleado após participar da 15ª Parada do Orgulho Gay, e dois rapazes que apanharam covardemente de adolescentes em plena avenida Paulista, em São Paulo.

Tanta crueldade reacendeu o debate sobre os direitos civis dos homossexuais e as formas de combate ao preconceito. Para especialistas, a explicação para casos de violência como esses – se é que existe alguma – pode estar na intolerância pregada, ainda que nem sempre de forma intencional, desde a infância, na fase de formação dos filhos.

FONTE: literaciacaracismoécrime: Homofobia (Leia na íntegra)

Escola: respeitando as diferenças

Rita de Cássia, coordenadora de
Diversidade Educacional da Seeduc
Como fazer da escola um lugar de igualdade para todos? Esta é uma pergunta presente no trabalho diário da Coordenação de Diversidade Educacional da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc). Responsável por disseminar o respeito pela diferença, seja de sexualidade, gênero ou cor, desde o ano passado, a coordenação vem desenvolvendo, entre outros projetos, a “1ª Jornada da Educação para Promoção da Cidadania LGBT e o Enfrentamento da Homofobia” e seus desdobramentos nas escolas.

FONTE: Conexão Professor Especial

Para saber mais, clique no link aqui